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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pragmatismo X Fé


Pragmatismo X Fé

Para refletir sobre este assunto resolvi abordar a opinião inicial do conceito que provém de Charles Sanders Peirce (1839-1914), William James (1842-1910).
Apesar de ambos os pensadores terem desenvolvido duas escolas distintas na tradição. Peirce é reconhecidamente o criador do método pragmatista, mas foi James quem o propagou e usou o termo em livros e conferencias e alavancou com isso fronteiras para o debate nas classes filosóficas. Peirce e James estão de acordo quanto ao fato de o pragmatismo não ser uma filosofia propriamente dita, pois debatem sobre as suas variantes, isto é, não diz nada a respeito do que é o mundo e sobre o conhecimento que temos dele, e muito menos se configura como uma doutrina ou metafísica. Pragmatismo é simplesmente um método pelo qual o significado dos conceitos é depurado pelos fatos, pela experiência. Seria para eles a análise das experiências de apoio ao que diz respeito ao que é prático e objetivo. Se houvesse a possibilidade de pragmatista está diante de um problema filosófico, ele questionaria:
1° O que a decisão a respeito da verdade de A ou de B poderá trazer em termos de efeitos práticos para nossas vidas? Se não provocar nenhuma mudança em nosso comportamento ou entendimento a respeito de algo, então não tem nenhum efeito. Portanto, nenhum significado. Hoje as anélises sobre o pragmatista tomou várias proporções como por exemplo a observação de Richard Rorty:

“Pragma tem a ver com prática, com experiência, e por isso falamos em pragmatismo. É uma filosofia que leva em conta a experiência, em todos os sentidos. É olhando para experiência que vemos que a vantagem tem sido uma conselheira da humanidade. Às vezes isso é tiro pela culatra. Mas teríamos outra coisa senão a experiência – a nossa e a de outros – para tomar como um guia de nossas decisões?”

E na arte, da religião e dos sistemas filosóficos, para verificar se resistem ao confronto da realidade?Conforme diz James: "Toda a função da filosofia deve ser a de achar que diferença definitiva fará a mim ou você, em instantes definidos de nossa vida, se esta fórmula do mundo ou aquela outra for à verdadeira" (1979: 19).E ainda: "Tem-se de extrair de cada palavra o seu valor de compra prático, pô-lo a trabalhar dentro da corrente de nossa experiência" (1979: 20).
O pragmatismo consiste, portanto, em sempre olhar os frutos, ou seja, as consequências práticas que uma teoria veicula. Nisso tanto o "pai" do pragmatismo, Peirce, quanto James estão de acordo. A diferença está: (1) na interpretação da máxima do pragmatismo; (2) na sua aplicação e (3) no seu escopo, conforme veremos a seguir.

James: o foco no indivíduo
Vamos começar pela interpretação da máxima pragmatista. Para Peirce, o significado de um conceito ou teoria é dado pelas consequências práticas concebíveis que o objeto será capaz de proporcionar e, deste modo, afetar a conduta humana. No exemplo dado pelo filósofo, "O diamante é duro" é uma expressão significativa porque, caso o diamante fosse submetido a testes, sua superfície não seria arranhada em contato com outros objetos duros. Já a expressão "Deus existe" não tem nenhum sentido, porque não é possível demonstrar a existência de Deus por meio da experiência futura.Para James, ao contrário, o significado pragmático são os efeitos práticos que provoca na crença do indivíduo. Para uma doente, por exemplo, acreditar que Deus existe e que pode curá-lo pode ter efeitos práticos muito melhores do que o caso de ele ser ateu e achar que vai morrer. Essa crença, por exemplo, poderia estimular seu sistema imunológico e contribuir para o tratamento da doença. Portanto, em James, "Deus" passa no teste pragmático.

O que me acelerar o pensamento é que na análise crítica de uma lógica ficaria o âmago de uma pergunta crucial, pode a criatura aprovar o criador no que diz respeito a testá-lo? Diz James: "Se há qualquer vida que seja realmente melhor do que a que devemos levar, e se há qualquer idéia que, em sendo acreditada, ajudar-nos-ia a levar tal vida, então seria melhor para nós acreditar nessa ideia, a não ser que, na verdade, a crença que se lhe depositasse colidisse incidentalmente com outros benefícios vitais de maior vulto" (1979: 29, grifos do autor).Isto é, se a crença em Deus não causa nenhum prejuízo material nem coloca em risco nossas próprias vidas - como no caso de tornar o crente um fanático suicida - e, além disso, nos torna melhores em nosso dia-a-dia e com as outras pessoas, então, para James, é pragmaticamente relevante.

Religião tem significado pragmático
Em resumo, para Peirce o foco é o caráter geral e o objeto da crença que devem ser investigados, enquanto para James, o foco está no particular e no indivíduo que acredita. Ao fazer isso, James amplia o pragmatismo para além do método científico, como o queria Peirce, para incluir questões morais e, principalmente, religiosas.Para James, "[...] o pragmatismo alarga o campo da procura de Deus. [...] Levará em conta as experiências místicas se tiverem conseqüências práticas. Acolherá um Deus que viva no âmago mesmo do fato privado - se esse lhe parecer um lugar provável de encontrá-lo" (1979: 30).Se a religião afeta nossas vidas, nos torna melhores, então tem um significado pragmático, segundo James.Esta interpretação do método pragmatista se aproxima daquilo que James chamou de opção genuína em sua obra "A Vontade de Crer" (1897), pela qual afirma que, em determinadas situações, o indivíduo tem o direito de acreditar em algo mesmo que não tenha condições racionais de estabelecer se sua crença possui um objeto correspondente real. Percebo que isso nos leva a entender que se parece com positivismo que com fé. James, por outro lado, diz que a verdade está localizada no meio do caminho entre a teoria e os fatos. É preciso que exista uma coerência entre ambos. Por exemplo, se quero construir uma ponte, preciso respeitar uma série de princípios de engenharia e, além disso, tenho que levar em conta as condições materiais e dificuldades geográficas e físicas que o mundo me impõe. O melhor projeto de ponte, aquele que irá funcionar, será o verdadeiro. Uma crença verdadeira, portanto, é aquela que atende aos nossos propósitos, que funciona na prática, em nosso cotidiano, e que nos traz benefícios, que nos permite continuar atuando no jogo do viver.

“Logo, verdade é algo mutável e pluralista: Verdadeiro é o nome do que quer que prove ser bom no sentido da crença, e bom, também, por razões fundamentadas e definitivas" (1979: 28).
Mas é relevante e imutável o fato de que existem verdades absolutas e a minha se encontra em Deus, não como a possibilidade de limitá-lo e identificá-lo como alguém parcial e incompleto, isto leva a crer que eu posso ter minhas verdades mas uma é absoluta e ela esta em saber que Deus governa as vidas dos que dizem ser possível limita-lo é como querer dar ordem a quem é simplesmente inquestionável no que diz respeito as suas variações, pelo simples fato de que elas não existem.
Por outro anglo o que vejo é a possibilidade de que o que esta em jogo é a alteração humana no que importa saber prático ou não, ainda que por sua vez aja dúvidas sobre a escolha correta, fato é que o Correto Deus esta tanto para o que varia a sua determinação como o mais decidido “fiel”, pois a análise é simples, o que esta analisando é temporário e o que esta disposto a intervir é Eterno.
Por Marcelo Marques


Referências bibliográficas
DE WAAL, Cornelis. Sobre Pragmatismo. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
JAMES, William. "Pragmatismo", em Os Pensadores. Abril Cultural, 1979.

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